quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Deixa disso, menina #


Vi você outro dia em um canto sozinha. Parecia distante. Faltava algo. Na hora pensei em chegar perto pra perguntar se alguma coisa havia acontecido. Mesmo com a nossa distância e aquelas palavras ditas no fim do inverno, me preocupava com você. Antes de ir me perguntei onde ele poderia estar. Queria ter certeza de que não chegaria e nos encontraria juntas. Sabe-se lá por que, ele fez da nossa amizade um grande e inadmissível erro. Você, infelizmente, acreditou (...) Sei que você já  não me escuta como antes, mas, se por acaso ainda se importar, quero que leia com atenção e se lembre de como era sua vida há três anos. Aposto que agora mesmo você está aí pensando em como será a próxima discussão, com o coração picado e misturado com pequenos cacos de vidro que ele, repito, ele deixou cair (...) Vejo você se perdendo todos os dias, cada vez mais e mais. Não sei o que você enxerga no espelho no espelho, mas, te juro, essa realmente não é VOCÊ antes de VOCÊS. Da maneira que sorria sem medo de estragar tudo. Do batom vermelho e do corte de cabelo diferente. O que o amor fez com você, menina? Que desperdício de alma, de tempo, de vida! Aprende logo, pra sofrer menos e gostar mais: O amor não é uma gaiola. Muito pelo contrário, ele liberta. Nos permite ser tudo aquilo que queremos ser. Sair finalmente da nossa triste solidão interior e mostrar pra alguém o que poucos, na verdade, pouquíssimos, sabem. Volta a ser você menina, sei que todos mudam, mas e sua essência? Até ela me parece estar sumindo aos poucos. Deixa disso. Mas vê se deixa logo, menina. 

Texto: Bruna Vieira (modificado) 

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